terça-feira, 29 de junho de 2004

NO DIA SEGUINTE



Schico falou um dia pra eu abrir o espaço do post e escrever o que me vem à cabeça e às vezes eu faço isso. É legal pois não é um post previamente preparado, é apenas o que vai dentro do coração na hora.

E eu pergunto: O que vai no meu coração agora?
Resposta: Vai nada, vai um monte de dúvidas prá quem está passando por um período meio estranho (eu ainda nem o qualifiquei como difícil ou ruim, apenas estranho).
Vai apenas um monte de dúvidas e esperanças.

Um dia eu vi um filme chamado O DIA SEGUINTE (The Day After/1983).

"Na produção do filme foi utilizado todo o conhecimento disponível sobre os efeitos de uma explosão atômica e da radiação liberada por ela. Proporcionando um realismo quase absurdo. O filme só pode ser chamado de ficção porque o número de bombas que explodiram foi pequeno. Na verdade, o resultado de uma guerra atômica de larga escala, com o número real de bombas disponíveis, seria o total e instantâneo extermínio da vida na terra ou até a sua destruição, por reação em cadeia.".
Colaboração: Fernando Muad'Dib

Acho que fiquei impressionada mesmo.
Fui na sessão de 22:00 às 0:00h e quando cheguei em casa não conseguia dormir. Peguei uma tela, meus pincéis, tintas e comecei a pintar um quadro. Primeiro só ia fazer o fundo, depois só parte do desenho e não consegui mais parar. Às 6 da matina ele só precisava arrumar uns detalhes que eu não tinha mais condição e nem visão naquela hora. Fui dormir e no dia seguinte terminei esse quadro que, 21 anos depois, ainda está na minha parede, mesmo eu tendo trocado de casa 8 vezes depois de tê-lo pintado.




Hoje aconteceu algo parecido.
Não consegui começar a ter sono até escrever:


NO DIA SEGUINTE

Eu estava dormindo
Nem sei bem por quanto tempo
Acordei com uma explosão
Cheiro de carne queimada
Gemidos lancinantes
Abri a porta
Estou sozinha
Andei pelo mundo
Rasguei meus pés
Buscando meus semelhantes
Não acho ninguém
Vejo apenas
Um amontoado de corpos
Pedaços de gente
Estou só
Nada vive
Nem rios
Nem bichos
Nem o mar
Olho a Lua
Está em pedaços
Pedaços dela em mim
Estou em pedaços
Estou com frio
Com medo
Mas continuo andando
Morreu o amor
Morreu a esperança
E as ilusões
Todos mortos
Tudo morto
Nenhuma folha viva
Nenhum canto de pássaros
Apenas pedaços de Lua
E uma Alma morta.

Lua Nua
29/6/2004 22:37h

Acho que agora consigo dormir.

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