domingo, 29 de abril de 2007

IMPOSTO = IMPOSIÇÃO


De vez em quando um debilóide profere a frase que mais odeio: "Só paga imposto de renda, quem tem renda!!!" Essa é a coisa mais idiota que já ouvi.

Pagaríamos sim, muito mais do que os 27% SE NOSSO DINHEIRO FOSSE USADO COM DECÊNCIA!

Pagaríamos até mesmo uma alíquota maior se isso fosse usado para pagar dignamente os médicos, os policiais e um sem número de funcionários que este “elefante branco” chamado Brasil tem.

Pagaríamos com honra se o país honrasse o bem estar do seu povo nos hospitais, nas escolas e até mesmo nos presídios que de correção não tem nada.

Pagaríamos com honestidade se o Estado fizesse honestamente a parte dele.

Só paga imposto de renda, quem tem renda! E a merda é que não é quem tem renda que paga imposto, mas sim quem é assalariado, pois os que têm renda SÓ NEGAM e sonegam, usam contas no exterior, bebem Moet & Chandon ou outra mais cara, rindo da cara dos assalariados.

SÓ O TRABALHADOR PAGA IMPOSTO NESSE PAÍS!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

LUCUBRAÇÕES ATEMPORAIS

Foto: Tatoo no braço do meu filho.
Ele pediu para o tatuador desenhar uma caravela parecida com a gravura que ele tem, desenhada pelo meu pai, na parede do quarto.
Em baixo pediu para escrever Ary, o nome do meu pai.
Uma belíssma homenagem que ele quis ter no corpo.




Ter filhos é maior do que ser filho.
Só um pai ou uma mãe sabem o amor infinito que sentem por suas crias.
Não nos tornamos filhos de uma forma inteira se não parirmos.
Nem entendemos plenamente os erros dos nossos pais se não saborearmos a paternidade ou maternidade.
Ter filhos nos faz aprender o que é ser filho.
Um bom filho.




Lucubração:
do Lat. lucubratione
s. f.,
vigília, trabalho intelectual feito pela noite adiante;
por ext. meditação profunda; cogitação profunda.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

XÃO NO CHÃO...

Gente!

Não tenho conseguido tempo nem pra mandar sinal de fumaça, mas tô viva! Vivinha da silva!



Rolaram algumas coisas na minha vida:
1. Fiquei sem faxineira;
2. Ou assumo a ordem da casa, ou ela vira algo nojento e inabitável;
3. Tenho um fiel escudeiro ou ajudante de ordem, meu filho. É ele quem me ajuda a fazer com que uma casa de 3 andares seja habitável. Pois é... Ele tomou um tombo com minha moto na 3ª feira. Filho ralado, trabalho dobrado. Fiquei sem meu ajudante e tive que dar uma de enfermeira particular. O pior é que sou muito "Mãe Terra" nesses assuntos, então rola assepsia total com direito à troca de curativos 3 vezes por dia, troca de lençol e fronha todo dia. Aí que vem o pior (merda nunca vem sozinha): minha máquina de lavar foi pra manutenção. Na quarta-feira liguei para o técnico e dei 2 opções: “ou monta minha máquina e me devolve, ou arranja uma pra por aqui” (ele arrumou a pior que tinha, uma bosta duma Brastemp, a minha é Bosch).
Nisso, marido vai fazer um curso em Floripa e pede pra eu ir junto. Fui! Fui porque eu não me agüentava mais em mim.
Fiquei tomando sol de quinta à domingo pra recarregar. Foi bom, porque hoje comecei a limpar a casa quase sozinha (o quase fica por conta de que maridaço limpou as janelas). Só que não dou conta de limpar muitos cômodos num dia só. Até porque limpo TUDO. Quando saio daquele cômodo é para só limpá-lo na semana seguinte. Daí acontece que tenho trabalho pra semana toda;
4. Tenho uma moto ralada para acompanhar o conserto na oficina;
5. Mercado pra fazer;
6. Comida pra fazer;
7. E nas horas vagas, quando ainda tenho pique, também tenho amor pra fazer (essa é a melhor parte);
8. Sendo assim, atualizar e visitar os blogs... Fica sempre pra depois;
9. Sem esquecermos que o mês de IRPF ainda não acabou. Quando acabar vocês todos saberão, porque vou morrer numa grana na boca do leão e vou xingar tudo o que sei.
10. Isso posto, só queria dizer uma coisa: DESCULPEM MINHA AUSÊNCIA AMIGOS!!!!! Mas tá fodinha...


NOTA DA LUA NUA:

Mariposo, fiz esse post pra responder seu comentário, pois nem comentários individuais tenho tido tempo de fazer.

Vlad!!!!! Não suma menino!!! Faz como eu, deixe ao menos sinais de fumaça.

Não respondi a nenhum, mas tenho lido os comentários

terça-feira, 17 de abril de 2007

NOVA VIDA - sequestros

Falso sequestro...
Você não viveu?
Então se prepare para não cair nele porque eu vivi e não cai.


Get cool stuff @ NackVision.com



SP: NOVO TIPO DE FALSO SEQÜESTRO VITIMA MÃE E FILHA

Uma professora aposentada foi obrigada por criminosos ao telefone a ir sozinha para um cativeiro e ficar lá durante 20 horas nesta segunda-feira em Itu (SP). Lana Hardeman saiu de casa às 5h, quando recebeu um telefonema: "ligaram na minha casa dizendo que a minha filha estava sob a mira de um revólver e que se eu não obedecesse direitinho eles iam mandar a cabeça dela para mim". Não era verdade, a professora e a filha foram vítimas de um novo tipo de falso seqüestro. A informação é do Jornal da Globo.

"Ela se colocou dentro de um cativeiro a mando dos próprios criminosos", explicou o delegado Wilson negrão. A filha de Lana estava em casa, mas os criminosos, que ligaram de dentro de um presídio no Rio de Janeiro, mandaram que ela fosse para um hotel e ficasse aguardando instruções.

Os presos, então, aplicaram o segundo golpe: telefonaram para a filha e simularam o seqüestro da mãe. "A mesma quantia que pediram para mim, R$ 50 mil, pediram para ela" disse Joelma, que resolveu chamar a polícia. Os investigadores encontraram o taxista que levou a professora ao hotel, onde a encontraram e esclareceram o falso seqüestro.


NOTA DA LUA NUA: Que merda, heim?

sexta-feira, 13 de abril de 2007

SEXTA-FEIRA 13

OBS: Foto do único ritual que gosto de fazer:
Terra - o anjo de cristal
Água - o cálice
Ar - o incenso
Fogo - a vela
Força - meu terço envolvendo os 4 elementos
O equilíbrio da vida - a balança



Este dia está associado a evolução de todo ser humano individualmente, mas, para a sociedade, pode representar agitação excessiva. Dia escolhido segundo a cultura popular, a Sexta-feira 13 é conhecida como " o dia do azar” ou de "usar amuleto no bolso". O treze corresponde a letra hebraica Mem, que representa o renascimento e a liberdade.

A superstição que envolve a Sexta-feira 13 surgiu com os romanos. Não tinha nada de azarento, mas, com o tempo, alguns fatos ocorridos nesta data, ano após ano, marcaram este dia, transformando a Sexta-feira 13 em um momento onde as pessoas deveriam tomar mais cuidado.

Uma crença européia revela que nas "Sextas-feiras - 13, as bruxas estão soltas". Segundo o folclorista Luís Câmara Cascudo, no Dicionário do Folclore Brasileiro, "o dia 13 é um número fatídico, pressagiador de infelicidades. A superstição de evitar 13 convidados à mesa é tradicional como uma reminiscência da Santa Ceia, quando Jesus Cristo ceou com os seus 12 apóstolos, anunciando-lhe a traição de um deles e seu próprio martírio".

A palavra superstição primitivamente significava "vidente ou profeta". As superstições surgem como explicação para os fatos que desconhecemos. Quem comemora o aniversário em uma Sexta-feira 13 não deve ficar preocupado, pois o número 13 também simboliza o número dos anjos e da sorte.

Acredite, a superstição e o azar estão ligados apenas à acomodação e a falta de fé, uma maneira de encontrarmos culpados para os nossos insucessos ou fracassos, muitas vezes resultantes da nossa própria falta de esforço e dedicação. Quando as coisas não acontecem, culpamos o azar. Quando tudo dá certo, aí sim somos "sortudos".

Infelizmente, o ser humano socializa apenas os seus fracassos. Devemos lembrar que a superstição está ligada à falta de conhecimento, mas quando nos tornamos mais conscientes, nossa formas-pensamento se fortalece.


O significado do número 13

O número 13 representa o recomeço, já que é o número do sistema organizado e do término. Este número é o símbolo do determinado e particular, associado à finalização (benéfica).

Ele representa a chave do conjunto fechado (acabado, finalizado). É temido, pois tem a força de gerar algo bom ou ruim. Para os judeus, o 13 indica a evolução ou o destino (em direção da morte ou destruição, visto que este é um numero limitado, fazendo com que "todos os esforços sejam interrompidos"). Também é considerado um número marginal, que foge à regra, pois está relacionado com a iniciação. O 13 representa a eterna escalada de Sísifo com o rochedo em direção ao alto da montanha.

Décima terceira carta do Tarot - A Morte

O número 13 está associado à lâmina do Tarot - A Morte e é considerada uma das mais intrigantes do Tarot. O número 13 é negativo e fatalista para alguns; para outros, é um número de sorte. Sugere transformação, renovação e transmutação. Esta carta não significa necessariamente uma mudança negativa. Pode estar ligada a fatos agradáveis: casamento, nascimento, mudança para outro país. Mas é quase sempre o fim de uma antiga forma de vida.

Matéria achada no Terra: Sexta-feira - 13 e O significado do número 13


NOTA DA LUA NUA: Yo no creo en bruxas, pero que las hay, las hay...

OBS: Quando Abril acabar e o IRPF me der mole, eu volto....

sexta-feira, 6 de abril de 2007

UMA BONECA PARA BEATRIZ

Um exemplo que deveria ser seguido pelos políticos atuais, mas não é... (Lua Nua)




O meu caderno de notas, encontro uma referência ao último Natal: uma boneca para Beatriz. Beatriz é uma menina de oito anos, filha de um velho amigo meu, morto êste ano.


Chamava-se, o pai de Beatriz, Abilon de Souza Naves e era político, mas sobretudo homem de bem. Lidava com bilhões e morreu pobre. Conseguiu, o pai de Beatriz, manter-se incólume, apesar do tempo que estêve na presidência do IPASE e em outros cargos importantes, onde o dinheiro corria igual a um rio, sempre para o mar. Naquele instituto de previdência, Souza Naves resgatou débitos que se elevavam a mais de um bilhão de cruzeiros. Numa das carteiras mais difíceis e cobiçadas do Banco do Brasil, a que lida com a agricultura e a pecuária, passou também intato.

POBRE como nasceu, Souza Naves morreu. Deixou para a família um montepio de oito mil cruzeiros e uma casa no Paraná, comprada a prestações. Muita gente, ao saber, depois de sua morte, que era pobre de verdade, começou a dizer que Souza Naves não devia ser muito certo do juízo. Então, um homem que ocupa no Brasil êsses lugares-chave, morre assim, sem fortuna, tal qual iniciara a vida política há dez ou quinze anos? Houve alguém que me disse não passar essa honestidade, de uma espécie de traição à família. - "Não é preciso roubar para ficar bem. Basta, apenas, trabalhar com a cabeça."

SOUZA Naves, seu pai, Beatriz, não trabalhou com a cabeça. Quando lhe diziam que era preciso deixar tantas suscetibilidades de lado e, sem ser desonesto, sem trair a consciência, garantir o futuro das meninas, ingressando em alguma emprêsa sólida, uma companhia de seguros, por exemplo, que necessitasse de figuras de prestígio, ou um banco que tivesse precisão de um testa-de-ferro, Souza Naves abanava a cabeça. Não era de seu feitio. Tinha horror aos algarismos. Mas de que a sua prole vai viver, se você lhe faltar, Souza Naves? Êle citava um trecho bíblico, aprendido no sertão ou ao tempo em que era vendedor pracista. "Olhai as aves do céu, que não tece nem fiam. No entanto, Salomão, com tôda a sua riqueza, nunca se vestiu com tanto esplendor." Falava da Natureza. A Natureza, a seu ver, tomaria conta de tudo. Veja, dizia, os pardais. Os filhotes se alimentam sòzinhos e ninguém vê pardal morto na estrada.

SOUZA Naves tinha um coração doente. Parece que era mal hereditário, o pai e quatro irmãos haviam morrido das coronárias. Não tardaria muito a chegar a sua vez. Ficaria bonito dizer aqui que Souza Naves não temia a morte. Temia, sim. Sua vida era agradável, sua espôsa um encanto de mulher, suas filhas, entre as quais Beatriz, outros encantos. A política o fascinava. Êle era hábil estrategista das massas, embora não fôsse um gênio. Se procurássemos uma qualidade excepcional, não a encontraríamos em Souza Naves, porém, a média de suas qualidades era tão bem dosada, que se tornara um homem excepcional. Suas atitudes não levavam a preocupação da originalidade. No entanto, eram atitudes inteligentes. Ninguém se esquece de como preparou o lançamento de Jânio Quadros pelo Partido Trabalhista. Sabe Deus como deve ter sido magnífico o duelo político daqueles dois homens de inteligências e métodos diversos. Em Souza Naves, o equilíbrio e a rotina. Em Jânio, o inusitado e a aventura. Em Souza Naves, a linha reta. Em Jânio, o vôo sinuoso. Um e outro eram, contudo, duas fôrças mentais apreciáveis. Uma, postada no andar térreo, ao nível da rua, ao rés do chão, em contato com a realidade, amoldada às regras. Outra, nos altos e baixos de uma vida política, tôda ela feita de êxitos fulminantes, era a vitória contra o hábito. Não se sabe como se aproximaram nem como se compreenderam, em que linguagem falavam. Apenas que se fizeram amigos e iam cumprir juntos a próxima etapa, quando a morte colheu um dêles. Precisamente Souza Naves.

DIZEM que Jânio Quadros não tem amigos definitivos, mas interêsses definitivos. Diziam que largaria Souza Naves no meio da estrada, como dizem ter abandonado a uma porção de amigos depois da vitória. Não sei de nenhum caso. De minha parte, nunca acreditei que Jânio fizesse isso, mesmo porque seria politicamente um êrro. A eleição de Souza Naves, ao govêrno do Paraná, seria uma nomeação, uma passeata, um "referendum" popular. Para ter em suas mãos a província do futuro. Jânio precisava do apoio de Souza Naves, enquanto êle, Jânio, estivesse no Govêrno. Souza Naves conhecia a fôrça de que dispunha e preparava despreocupadamente o maior govêrno que, depois de Manoel Ribas, o Paraná iria conhecer. Isso, se o seu baqueado coração tivesse permitido.

TAL não pôde ser. O coração de Souza Naves deu o prego antes do Natal, antes das eleições, antes do passeio. Certa vez, alguém lhe disse que o Barros de Carvalho se submetera, na Alemanha, a uma limpeza dos vasos. Tratava-se de um novo método eficiente, capaz de prolongar a vida dos enfermos do miocárdio. “Ah, se eu pudesse ir lá. Haveriam um jeito?” Espiei bem a face do mineiro padronizado. Um jeito? "Ora, Souza Naves" - disse-lhe - "todo mês vai uma comissão do Senado a alguma parte. Entre numa que vá à Alemanha." Souza Naves abanou a cabeça. Dêsse jeito, não queria. Não foi. Veio uma crise e morreu. Teria sobrevivido se tivesse feito a viagem? Não entendo de coronárias, mas entre a vida e a morte, é sempre melhor tentar o duvidoso. E êle tinha horror ao duvidoso.

MUITAS vêzes, aquela honestidade me parecia exibição. Vai ver, pensava êste repórter arguto (que não passava, já o vereis, de um grande imbecil) vai ver que depois da morte, o pé-de-meia aparece. Não apareceu pé-de-meia algum. O apartamento de Souza Naves em Copacabana, era alugado. A viúva e as filhas sabem que a pensão do Estado não chega para o aluguel e vão transferir a residência para Curitiba, onde o finado deixou uma casa, agora resgatada pelo seguro de carência.

DURANTE algum tempo, velho Souza Naves, alguém falará em seu nome. Todos se espantarão durante algum tempo com a história do político que tinha horror a negociata. Haverá, mesmo, quem lamente não tenha sido embalsamado e exposto num sarcófago de vidro, o brasileiro que transitou em tantos postos da vida pública - e conseguiu morrer pobre.

PERMITA, minha pequena Beatriz, relatar-lhe um episódio que doutra maneira jamais viria a público. Seu pai, que apesar de trabalhista, era meu amigo, passeava a meu lado, dias antes do outro Natal, pela Rua Sete de Setembro, quando seus olhos caíram sôbre uma boneca na vitrina. Parou alguns minutos. Era uma boneca loura de olhos azuis. Dizia papai, mamãe e andava, segurada pelo braço. Sousa Naves entrou, perguntou o preço e saiu sem comprar a boneca, "A Beatriz gostaria", comentou, "mais é cara demais". A eleição havia arrasado com a sua parca economia. De minha parte, nem pensei em comprá-la. Sabia como êle ficaria. Creio mesmo que teria cortado relações com o velho amigo. Imaginava o Souza Naves, num aeroporto qualquer, em Cafeara ou em Maringá, abrindo os braços, nervoso e ríspido, a perguntar-me se eu queria suborná-lo com uma boneca de olhos azuis.

AQUÊLE Natal passou e, antes de o outro chegar, perdemos o Souza Naves num fim de semana no Paraná, aonde ia quatro vêzes por mês. Aquilo que êle esperava, o miocárdio, aconteceu numa reunião política. O povo inteiro o acompanhou, chorando pelas ruas, através de dois quilômetros. Não havia automóvel que chegasse. Os cafeicultores, para cuja reabilitação econômica havia imaginado e obtido uma lei de dilatação do prazo de pagamento da dívida para oito anos, vinham trazer ao amigo morto, o único presente que êle não poderia recusar: frases de adeus, coroas de flôres e muitas lágrimas. - "Me lembro quando êle chegou aqui, vindo de Minas" - dizia um jacu de Sertanápolis. Tinha ganho metade da sorte grande na loteria, antes de 1930. Eram uns quarenta contos, porque a outra metade, o Souza Naves deu ao bilheteiro que lhe vendeu o prêmio. No trabalho em jornal foi vendedor na praça, mas nunca teve jeito para ganhar dinheiro. A política era a sua vocação e nela fêz carreira. Sempre de bôlso vazio. Eram os amigos quem custeavam a sua propaganda, contra a sua vontade. Souza Naves achava que tudo isso era bobagem. "Os eleitores me conhecem: votam ou não votam em mim. Cartazes, berreiro de alto-falante, nada disso adianta, não faz mudar a direção do voto."

PARECE que tinha razão, concluía o jacu, porque Naves sempre ganhava as eleições. Não só êle, mas todos aquêles que êle apoiava. Veja o caso Iberê de Matos. Veio aqui como visita. Todo mundo viu que era homem direito. Souza Naves o apoiou para a Prefeitura de Curitiba - e agora faz uma excelente administração. - É bom o Iberê, mas, como o Souza Naves, não há.

ACONTECEU, Beatriz, que me lembrei de tudo isto ao ver a anotação da boneca em meu velho caderno de notas. A palavra boneca e logo a seguir, o seu nome, Beatriz. A princípio, não atinei com a história. Boneca? Beatriz? Para quem era a boneca? Quem era Beatriz? Logo a data me avivou a lembrança: 24 de dezembro, véspera de Natal. Lembrei-me daquela caminhada ao lado de seu pai, pela Rua Sete de Setembro, a parada em frente à vitrina, o ligeiro exame da boneca de olhos azuis (você tem olhos azuis, Beatriz?), a consulta ao preço, a saída desanimada. Se eu tivesse contado a alguém que Souza Naves, depois da eleição, à véspera do outro Natal, não possuía dinheiro para comprar um boneca para Beatriz, ninguém acreditaria. Êle mesmo tratou de desfazer a lenda, durante um almôço: - "Para uma boneca, eu tinha. Mas minhas filhas são duas. Não é só Beatriz, não".

SUPONHO, meu anjo, que você tenha de fato olhos azuis. Do contrário, seu pai não teria parado aquêle minuto em frente à boneca nem dito aquela frase: - "A Beatriz iria gostar". Mas era um justo em casa, na rua e consigo mesmo. Não podia dar duas bonecas, não deu nenhuma. nem permitiria que alguém o fizesse. "E se você morrer do coração, Souza Naves? Quem vai cuidar de suas filhinhas?" E êle aí me respondeu: "Olhai as aves do céu, que não tecem nem fiam. No entanto, Salomão, com tôda riqueza nunca se vestiu com tanto esplendor". Parece-me ouvi-lo, na resposta, a falar da Natureza que cuida de tudo, dos pardais, dos filhotes de pardais que sobrevivem ao vento e ao frio - e vejo todo êsse milagre nesta boneca de olhos azuis que lhe estou mandando, Beatriz agora que seu pai não está aqui para me proibir.




Texto achado no site: Memória Viva - O Cruzeiro - escrito em 16.01.1960



NOTA DA LUA NUA: Juro que terminei de ler chorando. Gosto muito do meu Brasil, mas nos falta, muitos Souza Naves... E também nos falta alguns David Nasser que escrevam belos textos como este.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

IMPOSTO

E como nada que é imposto a gente aceita, no caso do imposto de renda isso não é diferente. (Lua Nua)

"
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil".


IMPOSTO
"Tipo de tributo destinado a atender às necessidades gerais da administração pública para custear os serviços a cargo do Estado. Pago por pessoa física ou jurídica".


IMPOSTO DE RENDA

O surgimento do Imposto de Renda no mundo não tem um período exato de registro, de toda forma, há quem sustente que já em Roma e Atenas existia o Imposto de Renda; outros afirmam que o referido tributo surgiu em Florença sob o nome de Décima Scalata. De início ele foi instituído como imposto de guerra, logo depois, passou a ser instituído em períodos de dificuldades financeiras e com o tempo passou a ser um imposto permanente.

No Brasil, parte dos tributos arrecadados era destinada a Coroa Portuguesa. O Erário Régio, ou Tesouro Real, simboliza o regime de centralização absoluta: todas as rendas da Coroa ali davam entrada e dela saiam os fundos para todas as despesas. A partir do Erário Régio, o ato de arrecadar e repartir mudou o nome, e o destino do que era arrecadado, foi transformada na Secretária da Receita Federal, responsável pela administração, arrecadação e fiscalização tributária.

É cobrado por vários países, onde cada pessoa ou empresa é obrigada a deduzir uma dada percentagem de sua renda média anual para o governo. Esta percentagem pode variar de acordo com a renda média anual.
Texto baseado nos sites: jus, sociedade digital e wikipédia



"Parabéns, ó brasileiros!
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil".

Quem em sã consciência se negaria a pagar com satisfação se tivesse certeza que:
1. Parte do fruto do seu trabalho estaria sendo revertido em conforto para si e para seu povo?
2. Realmente o preceito inicial de igualdade social fosse colocado em prática?
3. Seus filhos teriam escola de qualidade, seus pais teriam segurança na velhice, todos teríamos estradas asfaltadas e de qualidade, e que a saúde pública não fosse motivo de vergonha para a população? Note que não falo sobre estes serviços para a população de baixa renda, mas também para a população mordida pelos tributos.

Pagaríamos com satisfação se soubéssemos que é honesto o destino dado ao nosso dinheiro. Mas desde que esse país deixou de ser habitado apenas pelos índios sabemos qual é o destino da maior parte dessa verba fenomenal que é arrecadada no Brasil.

Estou há alguns dias reunindo documentos para montar o IRPF 2007 e só de sacanagem não sonegamos nem um centavo.

Só de sacanagem mesmo!!!

Pois assim não devemos nada a essa corja, mas eles sim nos devem.

E devem MUITO!

"Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!"



"Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!"


OBS: É por isso que ando sumida dos blogs amigos... Fui abduzida pelo leão!!!

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