quinta-feira, 23 de setembro de 2004

PRIMAVERA



E a prima chegou, mais um ciclo se fecha, mais um se abre.

Hora lavar os cobertores e empacotá-los com raiz de sândalo, alfazema e capim cheiroso.

Hora de guardar o fondue, os caldos, o chocolate quente, as sopas invernais, os carinhos em baixo da manta xadrez, o amor feito de forma fugidia fugindo do frio gelando a bunda.

Deixar o vinho tinto envelhecer na adega até o inverno que vem, abrir o branco, brindar as flores e bebê-lo envolto em margaridas brancas.

O frio indo, hora de abrir as janelas, renovar o ar, deixar o sol fazer seu trabalho de assepsia. Que me desculpem os fungos, mas o sol é fundamental.

Época de também correr para fechar as janelas porque começou a chover tempestades intempestivas trazendo as águas que lavam o mundo e preparam a chegada do verão.

Hora de chutar a coberta para o chão e fazer amor colorido, rindo e quem sabe terminá-lo na janela, olhando a Lua, sentindo a chuva bater no rosto trazendo junto a brisa morna.

Tempo de olhar com respeito o botão, que um dia vira flor, que um dia vira fruto, que um dia vira recado da Mãe Terra dizendo que é novamente a prima que chega e vem Vera, como verdadeira é a vida.

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