terça-feira, 28 de setembro de 2004

POUR ELISE - Wladimir Evangelista



POUR ELISE
Wladimir Evangelista

Hoje me deu vontade
de escrever um soneto,
e depois te pedir um beijo,
daqueles de estalar os lábios,
e um abraço dengoso,
daqueles bem apertados,
inteiros e vagarosos,
bem no meio da tarde,
numa esquina qualquer,
com pessoas paradas em volta,
esperando que acabemos,
esperando que sumamos,
ou, quem sabe, que somemos,
ou que respiremos, ao menos!
para que possam perguntar-nos:
de onde vem esse afeto?
de onde vem tal calor?
que nos deixa as faces coradas
e a respiração bem curtinha,
e as pernas meio moles,
e a cabeça na Lua,
e as mãos assanhadas,
enquanto a tarde evapora
e o sol vai indo embora,
e a rua ficando deserta
e só uma coisa é certa:

eu vivo de vontades.


Achei o blog AOS TRANCOS E BARRANCOS por acaso e foi de lá que trouxe esse poema.

Talvez porque pra mim ele traduziu tudo o que eu li no blog do Wladimir e mais do que o texto traduzir algo, o próprio Wladimir traduziu o que eu já vinha sentindo.

E isso foi parte do comentário que deixei no blog dele:

Tô igualzinha a você. Tenho 2 blogs o Lua Nua que eu postava diariamente e o Alma Indecente que era só poesia. Aí coloquei uma espécie de contador que me dá quantas pessoas e de que país acessam o site e comecei a ver uma média de 100 pessoas entrando no blog e 1 comentário. Sabe qdo a gente se sente observada como a tela de um filme? Pois é, cansei também... Tá lá, não mato, mas perdi o tesão.

É isso que me sinto mesmo: uma tela de filme, pois algo aqui perdeu a graça, perdeu a interatividade e a troca de experiências, carinhos, brincadeiras e a força que tenho tido no flog do Terra. Esse tipo de relacionamento que o Lua anda me proporcionando não me interessa.

Pode ser TPM? Pode, mas a TPM é minha e foda-se.

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