segunda-feira, 21 de março de 2005

OUTONO



Djavan

Um olhar, uma luz
Ou um par de pérolas, mesmo sendo azuis
Sou teu e te devo por essa riqueza
Uma boca que eu sei
Não porque me fala lindo
E sim beija bem
Tudo é viável pra quem faz com prazer

Sedução, frenesi
Sinto você assim
Sensual, árvore, espécie escolhida
Pra ser a mão do ouro
O outono traduzir
Viver o esplendor em si

Nua pele, um bourbon
Me aquece como eu quero
Sweet home
Gostar é atual além de ser tão bom.


Hora de desarmar, limpar e fazer os consertos nas barracas de camping, guardar o bronzeador, o biquíni e a canga. O chapéu de praia vai enfeitar a parede com aquele colar feito de um monte de conchinhas catadas na praia.

Hora de guardar o short e as camisetas de alça, os vestidos de flores miúdas.

O Outono acaba de chegar e é conhecida como a estação das folhas secas que caem das árvores, cobrindo o chão das cidades e campos como um lindo tapete com vários tons de terra. É o tempo dos dias de céu azul intenso e brisa leve.

É a estação de se preparar para o frio do inverno, rever o guarda-roupa, tirar as mantas e cobertores para tomar sol e vento.

Deixar limpa a lareira, juntar galhos e cortar a lenha. Arrumar tudo para quando os dias de frio começar a chegar devagarzinho.

Uma estação muito rica em aromas e sabores, uma verdadeira festa para o nosso paladar, é época de ir para a cozinha brincar de inventar algo morno como nossos corações, café com creme, bolo de chocolate com calda quente e recheio de nozes pecã.

Sim, hora de pecar.

Sentar na cadeira de balanço da vida e fazer um levantamento para aonde estamos indo e de como queremos ir.

Hora de fertilizarmos a existência, como as folhas mortas fertilizam o solo.

É chegado o tempo de renascer das folhas mortas.

É chegado o tempo...

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