terça-feira, 9 de novembro de 2004

NA ASA DO VENTO



É assim mesmo...

Fico com raiva do silêncio, mas não consigo matar o Lua Nua...

Vim contar que fugi na asa do vento e fui parar na Fazenda da Raia da minha Tia Bugra.



NA ASA DO VENTO

Quando a história começa bem, só pode terminar bem, certo?

Sempre que viajamos, eu piloto a moto. Porque já ando de moto há mais tempo, porque adoro pilotar, porque detesto ser carona, porque o carona leva a mochila pesada, porque ser carona dói as costas, a bunda, etc...

Dessa vez a viagem seria mais longa e antes de sairmos perguntei prô Bigodón:
- Quem começa pilotando?
Ele fingiu que não se assustou com a pergunta e respondeu:
- Qualquer um de nós dois.
Então falei:
- Começa você.

Às 17hs, apesar de não ser uma boa hora de se sair para viajar, estava tudo arrumado, mochila nas minhas costas, e combinamos de ir até o sol começar a se esconder. Andamos uns 150Km e como já escurecia, resolvemos ficar por ali, Achar um hotelzinho, tomar uma geladinha, comer alguma coisa, e é incrível como os postos de gasolina andam melhorando seus serviços. É legal porque pode-se juntar tudo: abastecer, comer, dormir e nem precisar ficar rodando dentro de uma cidade desconhecida.

Duas cervejas e uma canja deliciosa nos fizeram ter urgência de banho & cama.

Dia seguinte, acordar, cafezão da manhã, checar a moto e pegar estrada. Agora é minha vez de tocar, combinamos ir em velocidade de cruzeiro 100/110Km por hora. É mais gostoso e podemos curtir a paisagem sem grandes sustos.

Ainda dentro de Santa Catarina plantações de arroz, cheiro de fogão a lenha, bois no pasto e duas paradas para café e esticar os músculos.

Entrar em solo gaúcho e para ele foi a primeira vez, aí paramos para fotos.

Logo depois paramos para um café e encontramos três casais de motoqueiros vindo de Gramado e indo para casa, em Campinas. Três motos enormes, três motoqueiros enormes e suas mulheres e depois de um papinho rápido seguimos viajem, em uma moto pequena, com uma motoqueira baxinha pilotando. Achei isso muito engraçado e me lembrei de uma música do Raul Seixas que fala ?Pedro onde você vai eu também vou, mas tudo acaba onde começou?... Não importa a cilindrada da moto, apenas a vontade de ir, mesmo que alguns vão a 250Km por hora e outros a 100.

Entrar em Lagoa Vermelha foi uma sensação de prazer muito grande por dois motivos: ter ultrapassado minha marca de 200km de autonomia e, a principal, ir conhecer minha amiga Bugra.

Não parecia que eu estava na casa de uma amiga recém conhecida pessoalmente, mas na casa de uma amiga de infância. Me senti totalmente em casa. Conversamos até a língua dar nó, secar e aí bebia água e conversava mais um pouco. Depois deixamos a moto na cidade e fomos para a Fazenda da Raia. Se fazendas têm poros o que transpira desta é Paz. Tio Bugre é uma gracinha de pessoa e o Bugrinho Preto, um amor de menino.

A Tia fez pão, tomamos vinho da colônia, comemos demais, tiramos leite da vaca, ela alimentou os carneiros famintos, rimos muito com o Bigodón e o Bugrinho e suas lanças, flexas e escudo. Ficamos sentindo o calor e o barulhinho do fogo na lareira e nos abraçamos no Dia das Bruxas. Foram os dois dias mais deliciosos dos últimos tempos. Vai deixar saudades.

Mas chegou segunda-feira e era hora de dar tchau.

Pegamos a moto de novo e vim trazendo até Vacaria, depois o Bigode até Lages e como eu não agüentava ir de carona, trouxe até em casa.

E a chuva tão comum no feriado de Finados? Essa respeitou que estávamos na estrada em duas rodas e foi passear por outras cidades. Tive receio que chovesse, pois frio + serra + moto + chuva não são boas pedidas, mas agradeço ao meu anjinho ter levado meu pedido prô Papai do Céu, o tempo estava lindo...

P.S: A foto é uma montagm, a partir de 2 fotos, feita no Corel Photo-Paint.

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