quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

YALA NATIONAL PARK

Esses tempos de Natal, Ano Novo, férias... são muito esquisitos. Parados demais, agitados demais. Não tem rotina. Grande quantidade de equipamentos eletrônicos ligados em todo canto.

A tragédia do Tsunami trouxe uma lição. Perdida no meio do oceano de notícias, soube-se que no Yala National Park, Sri Lanka, bem no meio de uma regiões mais afetadas pela mega onda, nenhum animal foi encontrado morto! Repito: num parque onde havia 19 Km de praias, habitadas por centenas de elfantes, leopardos, pássaros, coelhos... ninguém morreu!

Verificou-se com espanto que antes da chegada do maremoto os animais, por alguma razão ainda não esclarecida, se deslocaram da praia e das áreas mais baixas, para a parte mais alta do parque. As águas chegaram a entrar 3 Km parque a dentro. Mas ali não havia ninguém. Ou melhor, nenhum bicho foi pego de calças curtas.

Surgiram alguns palpites. Na BBC e na National Geographic, cientistas afirmaram que possivelmente o fato se deu porque os animais ouvem uma frequência de som produzida pelo terremoto, mais baixa do que as que os nossos ouvidos captam. Segundo ele, os bichos também sentem vibrações no solo e do ar, as rally waves, estas, sim, também somos capazes de sentir em nosso próprio corpo. Ou melhor, seríamos. Nossa mente anda tão congestionada de informação, que apesar das rally waves chegarem até nossos corpos, essa informação é simplesmente deletada da nossa conciência. Entenderam a tragédia?

Resumo: os bichos se salvaram porque estavam conectados. Nós, seres humanos, nos estrepamos porque estávamos também conectados, só que em outras ondas: rádio, TV, videogame, ou mesmo o sonzão do carro ou do botequim tocando no último um bate-estaca de ano novo. Nesses meus poucos dias de férias, persegui como um louco a tecla mute do controle remoto. Tentando diminuir pelo menos o volume do mundo ao meu redor. Valorizar o botão de desliga. Tá ligado? Tá na hora da gente ouvir menos barulho e mais os elefantes.

oBS: Recebi esse texto por mail e veio sem o autor, mas mesmo assim decidi postar. Ao autor eu peço desculpas, se alguém ou ele se pronunciar eu darei os devidos créditos.

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