O PRIMEIRO TOMBO...

Eu ainda estava com a Stadinha, sorte minha porque é mais leve do que a Twister. Era meu primeiro encontro de motociclistas e minha 1ª vez pegando estrada mais longa.

Eu, minha irmã e cunhado - cada um em uma moto. Cunhado combinou encontrar uma galera de motoqueiros. Chegando perto do local, ele e minha irmã sabiam o lugar e eu não. Eles entraram na rotatória da Br pelo lado direito e eu pela esquerda deles. Eles abriram e subiram na calçada onde tinha umas 30 motos e seus donos e pra mim só sobrou a ?pá carregadeira? que vinha atrás de mim ou a areia na frente. Optei pela areia, já imaginando o que ia me acontecer.

Como eu estava de vagar, consegui ir dominando, mas meu pé derrapou na areia e cai de bunda no chão. O pior foi a moto cair em cima do meu pé direito (santo tênis de cano comprido e acolchoado!!!!). Foi nessa hora que ouvi um dos caras do grupo falar: "Cara, tua cunhada caiu!!!"

Quando dois conseguiram atravessar a estrada, o cara tentou me levantar pelos sovacos, aí olhei pra cima e falei: "dá pra tirar a moto de cima do meu pé antes???". A moto estava perfeita, pois meu pé a protegeu ? Graças a Deus!!!

Doeu, mas subi na minha pretinha e fui pilotando até o encontro a uns 150Km dali, apesar do meu cunhado sugerir que eu fosse na garupa dele. Também voltei pilotando. Se bem que na volta minha perna doía bastante.

Quando cheguei em casa de noite é que fui ver estrago: Tive um corte interno no músculo da perna esquerda porque na queda ela bateu no guidon e que estava com ela imensa de inchada.

Meu pai me ensinou a dirigir com 12 anos e ele sempre falava: "Acidentou? Entra no carro e dirige para não dar espaço para o medo". E foi o que fiz, montei na moto e viajei assim mesmo.

Um dia posso morrer em cima de uma moto, na estrada, amassada por uma pá carregadeira ou uma scania, mas morreria mais cedo se não fizesse isso, se não andasse de moto, se eu tivesse medo de viver.

Moto é um risco, viver é um risco.